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Agora que a época está para começar como correu a pré-época?
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Vou começar por explicar um pouco o trabalho desenvolvido, até responder propriamente à pergunta. O esboço de uma época de uma equipa de futebol deve implicar a programação, a periodização e a planificação. Inicialmente foi efetuado um planeamento anual, que foi estruturado e sistematizado tendo em conta as particularidades do escalão e dos jogadores. No nosso caso, e sabendo que o Campeonato Nacional de Juniores C tem apenas um período competitivo iremos observar uma periodização simples. Existe porém 3 fases, reduzindo o número de equipas até chegar a um lote de 4 equipas e eleição do respetivo campeão nacional da categoria. Ou seja podemos considerar que a nossa periodização simples é caracterizada pela existência de um período competitivo que vai ditar a passagem a uma fase seguinte, logo um momento de forma para uma competição importante. Sendo assim esta periodização vai ser dividida em três períodos distintos, com objetivos também eles diferenciados: Pré-Competitivo (Pré-época); Competitivo; Transitório. Relativamente ao período Pré-Competitivo, que ficou finalizado esta semana, os objetivos passaram pela criação de pressupostos fundamentais ao desenvolvimento dos fatores elementares, quer no plano motor, mental e afetivo, que condicionam a forma desportiva, quer no aperfeiçoamento destes pressupostos por forma a alcançar a forma desportiva. Em consequência destas duas etapas consubstanciou-se a disposição ótima para a competição. Esta pré-época (1 mês) foi caracterizada por uma enorme carga de treinos (21), de jogos (11), tendo sido muito intensa e desgastante, mas também muito positiva do ponto de vista da evolução coletiva e da coesão de grupo, deixando bons indicadores para o campeonato que se vai iniciar esta semana. Jogámos contra equipas bastante fortes (entre outras, Benfica, Boavista, Leixões e Académica de Coimbra) todas elas a competir no campeonato nacional, e que nos ajudaram a evoluir e a deixar claro que estes nossos atletas são muito bons e que têm uma margem de progressão enorme.
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Como defines o plantel ao teu dispor? |
Grande parte do Plantel já fazia parte dos Iniciados B / Infantis A do Taboeira (16 jogadores), que juntamente com 8 jogadores vindos de outros clubes do distrito formam o Plantel que vai disputar o Campeonato Nacional de Juniores C. Este é um grupo no qual eu confio bastante, e que com humildade, rigor, trabalho, entreajuda e coesão, vai certamente ser muito feliz. Não é um grupo de “vedetas”, mas sim um grupo bastante homogéneo, que nunca vai baixar os braços e vai sempre lutar em prol da equipa e do clube.
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Em termos de condições de trabalho, estás satisfeito?
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Apesar de não termos a “nossa própria casa”, as pessoas responsáveis pelo clube têm feito grandes esforços por nos darem as melhores condições de trabalho, sempre em campos relvados (naturais ou sintéticos) e disponibilizando material desportivo suficiente para a execução dos treinos. Como é óbvio não são as condições desejáveis pelo clube, mas “o que não nos mata, torna-nos mais fortes”, e não vão ser os campos que vão jogar, mas sim os jogadores, e esses não tenho dúvidas que vão dar tudo pelo Taboeira.
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Quais os objetivos desportivos para esta época? Até onde podem chegar? |
Quando falamos de objetivos, quero deixar claro que não são só os objetivos competitivos, nos quais eu me baseio. Sendo assim estabeleci vários objetivos para esta época:
- Formativos: A formação é um processo de longa duração, que tem como finalidade preparar o atleta, com um objetivo previamente definido, que pode ser o do alto rendimento, apesar de ser fundamental que nestas idades o jovem tenha uma prática desportiva multilateral e não só direcionada para o rendimento. De acordo com os valores do próprio clube, assume-se de extrema importância o seguinte:
- Melhorar as qualidades técnicas individuais dos atletas;
- Efetuar a transição do futebol 7 para o futebol de 11 (atletas de 1999) / Assimilação de conceitos táticos e técnicos (atletas 1999/1998);
- Aprendizagem de alguns conceitos de ordem tática coletiva e individual;
- Formar jovens atletas que possam corresponder aos padrões de comportamento adequados ao perfil de atleta do A.D. TABOEIRA:
- Incluir nos critérios da convocatória os jogos, a assiduidade, o comportamento e empenho dos jogadores nos treinos;
- Dar oportunidade a que todos os atletas participem nas situações de competição;
- Dar a conhecer algumas noções da importância do “treino invisível” (alimentação, períodos de recuperação do esforço, atividades físicas que devem evitar fora do espaço treino, etc.).
- Competitivos: Participação no Campeonato Nacional de Juniores C – Série D, tendo como prioridade todos os aspetos inerentes à formação. Apesar disto definimos como grande objetivo para a época 2012-2013, garantir a manutenção no Nacional de Juniores C o mais rápido possível, tentando chegar ao final da 1ª fase, com o máximo possível de pontos, e estando entre os primeiros da tabela classificativa.
- Técnico-táticos: Ao nível das ações fundamentais do jogo, dos princípios específicos do ataque e da defesa, dos métodos de jogo ofensivo e defensivo, dos sistemas de jogo e das situações específicas de jogo.
- Físicos: A etapa em que se encontram os meus atletas (13/14 anos) é na especialização inicial de base, cujos objetivos visam o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos pressupostos para a prestação desportiva, e a introdução de elementos que condicionem de forma direta o rendimento. Estes objetivos são direcionados para o desenvolvimento das capacidades motoras gerais, prevalecendo o volume, e a solicitação é dirigida tendo em conta a estrutura de rendimento do futebol.
- Psicológicos/ Cognitivos: Potenciar um clima de motivação e gosto pela modalidade; Criar um espírito de grupo ótimo; Criar hábitos de organização e gestão do material; Regras e condutas a ter no treino; Fomentar a responsabilização dos jovens nos treinos e jogos; Mentalização dos jovens para a competição; Respeito total pelas regras e fair play; Conhecimento das regras de jogo na íntegra; Competitividade e espírito de grupo; Regras e comportamento no balneário; Adotar uma postura ajustada em situações de derrota e vitória; Elevar a auto – estima do grupo de trabalho; Incutir vontade de vencer; Empenhamento.
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O que esperas do campeonato? |
O Campeonato Nacional, tal como o nome o indica é um campeonato sempre muito competitivo, independentemente do escalão ou da série onde estamos inseridos. Pela análise que fiz da série onde estamos inseridos, através de um conhecimento, mais ou menos profundo das equipas participantes, é bastante equilibrada e inclusive já jogámos com algumas dessas equipas, ficando clara a ideia que podemos disputar o jogo seja com que equipa for. No distrito de Aveiro (assim como acontece em outros lados) existem algumas equipas que se autorrotulam ou que são rotuladas de “grandes equipas”, mas para mim uma equipa não vale pelas suas individualidades mas sim pelo todo, e ai nós somos os melhores. O nosso grupo de trabalho é forte, está motivado e vai jogar todos os jogos para vencer.
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O que te fez aceitar um desafio desta dimensão?
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Esta vai ser a minha décima temporada como treinador de Futebol, e foram vários os motivos que me fizeram aceitar este desafio. 1º porque gostei do projeto apresentado; 2º porque conheço bem o Coordenador Sérgio Ferreira e tenho a certeza que vai acompanhar o bom trabalho que foi desenvolvido até ao momento; 3º porque é um escalão que eu gosto de trabalhar, e que já me trouxe muitas alegrias em outros clubes; 4º porque é um clube de referência no distrito de Aveiro, e ao qual eu estou ligado direta e indiretamente desde 2006; 5º porque gosto de novos desafios; 6º porque muitos disseram que este escalão do Taboeira não tinha muita qualidade, e foram precisamente esses que me fizeram ganhar mais coragem para aceitar este desafio, e certamente vão ter uma grande surpresa, pois qualidade não falta…
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